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Apresentação do ator

 

Historicamente, os cartazes são formas de manifestação ético-estético-política. Marcaram as vanguardas artísticas, a propaganda política do governo soviético do início do século XX, as manifestações de Maio de 68. Desde junho, tem se mostrado um meio de comunicação pré-histórico e poderoso inserido em plena era das novas mídias. Um gesto, um grito, como postado por alguém nas redes sociais. O vandalismo, a violência policial, o Estado, a Mídia, tudo vira mote no caldeirão criativo dos cartazes. Na manifestação do dia 20 de junho, dois dias depois da ocupação da ALERJ, todo o gradil do Campo de Santana, na Av. Presidente Vargas, foi tomado por cartazes, também considerados uma arma poderosa na disputa de sentidos. Os cartazes mais agressivos algumas vezes são vistos como um incentivo ao “vandalismo”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Testemunho

 

No meio da multidão em manifestação, talvez a coisa que mais me chame a atenção seja a metalinguagem dos cartazes. Os gritos e discursos que se encontram e se reconhecem, ou não. O diálogo sem áudio. O entendimento quem vem através de um olhar, um sorriso ou uma foto. O registro da vontade político e estética de cada um de intervir no mundo. O cartaz é um grito. Um cartaz em branco é um muro em movimento suplicando por tinta e voz!

(De um perfil no Facebook: Carlos Meijueiro)

 

 

Os próprios cartazes:

 

Seu gás de recalque bate no meu vinagre e volta

 

 “Tire sua arma do caminho

 

Policial, nos proteja

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os CARTAZES acionam manifestantes, grande imprensa, mídia ativista, redes sociais, aparelhos de registro de imagens, Sérgio Cabral.

 

 

ATORES QUE FAZ AGIR

 

Manifestantes: Atores responsáveis pela materialização das ideias no formato do cartaz. Na manifestação do dia 17, era comum encontrar jovens redigindo nas cartolinas sobre a calçada ou nos bancos da Praça XV. Em algumas manifestações, há oficinas de confecção de cartazes, como no ato contra a violência na favela da Maré, no dia 2 de julho. Um cartaz: “Balas de borracha não apagam a verdade”

 

Grande imprensa: Faz matérias de comportamento e utiliza-se das imagens plásticas geradas pelos cartazes. Na cobertura fotográfica do dia 17, o G1, por exemplo, exibe uma galeria de 126 fotos. Trinta e seis delas valorizam os cartazes. Um cartaz: “Abaixo a Rede Globo”.

 

Mídia ativista: Também realiza matérias de comportamento e faz uso das imagens sugestivas provocadas pelos cartazes. O cartaz é, ele próprio, também, uma mídia alternativa. Um cartaz: “V de Vinagre” (com o desenho à mão de uma máscara de Guy Fawkes).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Redes sociais: Reproduzem imagens e testemunhos sobre e a partir dos cartazes vistos nas ruas. Um cartaz: “Saímos do Facebook”.

 

Aparelhos de registro de imagem: Dão vida ao gesto de empunhar um cartaz e singularizam momentos. Um cartaz:

 

Sérgio Cabral: O governador do Rio tem dado respostas às vozes das ruas. O cartaz é uma delas. Um cartaz:  “Mudar a história só depende de nós”.

 

 

CARTAZES

Diagrama

CARTAZES
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