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Apresentação do ator

 

Atores determinantes para as redes que se tecem a partir do levante de junho em diversas cidades do Brasil. No âmbito das manifestações cariocas, em sua composição heterogênea, ocupam as ruas da cidade do Rio de Janeiro (a partir da convocação de atos contra o aumento da passagem de ônibus, desencadeados pelos atos inicialmente realizados na capital paulista), em princípio, se posicionando marcadamente contra a decisão do governo municipal de elevar o custo da tarifa de transporte em vinte centavos (R$ 0,20). Os manifestantes que vão as ruas a partir do dia 13 de junho, no Rio de Janeiro, reúnem diversos grupos e movimentos sociais, desde estudantes universitários, movimentos sociais organizados, passando por partidos políticos, até grupos de posicionamento anarquista. A partir dos atos posteriores ao dia 13 no Rio, há uma multiplicação das pautas e reinvindicações sustentadas pelos manifestantes e veiculadas pela grande mídia. O vandalismo aparece, ao mesmo tempo, como composição básica da ação múltipla dos manifestantes e como discurso externo a ela, majoritariamente pautado pela mídia hegemônica e pelo poder público.

 

 

Testemunhos

 

 

 

 

 

 

Os MANIFESTANTES acionam todos os demais atores, inclusive Sérgio Cabral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ATORES QUE FAZ AGIR

 

Polícia: É acionada pela ação dos manifestantes a partir das chamadas para as manifestações, com posicionamento tático em áreas de percurso das passeatas. No contexto da manifestação do dia 17 de junho e da ação dos manifestantes frente ao prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, inicialmente, a polícia militar realiza contenções e cordões de isolamento com intuito de proteger o prédio de possíveis ações de invasão ou depredação. Há marcadamente uma relação entre manifestantes e polícia com as ações consideradas “vandalismo”, ao associarem o “vandalismo” à depredação como justificativa da presença da força policial ostensiva nos atos. Age no confronto com manifestantes e na repressão física. Identifica-se a presença, além da polícia militar, da tropa de choque. Atua no embate com manifestantes fazendo uso de bombas de gás lacrimogêneo e sendo alvo de coquetéis molotov.

 

ALERJ: Nas ações do dia 17 de junho, serve como palco do embate entre manifestantes e policiais, sendo ocupado pelos manifestantes após o confronto. Em suas paredes, são inscritas palavras e símbolos de protesto pelos manifestantes.

 

Grande imprensa: Age na cobertura e veiculação de informações referentes à ação dos manifestantes. A presença de agentes da grande mídia (equipes de repórteres e cinegrafistas) é rechaçada pelos manifestantes. Após as ações na ALERJ no dia 17 seu discurso majoritariamente tende a realizar uma separação entre os grupos que se manifestaram de forma ordeira e pacífica e aqueles que realizaram depredação do patrimônio, caracterizando a partir das ações desses manifestantes as ações de vandalismo. Além de produzir imagens das ações na ALERJ, veicula depoimentos e testemunhos dos manifestantes e da opinião pública sobre as ações.

 

Mídia ativista: Age como voz dissonante do discurso majoritário da grande imprensa, repercutindo olhares e testemunhos da manifestação que não são identificados pela cobertura da mídia hegemônica. Agentes como a Mídia Ninja cuja transmissão se dá ao vivo a partir das ruas registram os movimentos dos manifestantes.

 

Redes sociais: São acionadas pelos manifestantes tanto com sua ação de postar testemunhos e imagens diretamente das ruas quanto com a circulação de informações sobre as manifestações que visam articular os participantes. As páginas e perfis dos eventos ligados aos atos servem como espaço de discussão tanto de estratégia de ocupação das ruas quanto, posteriormente, das ações e desdobramentos dos atos.

 

Black blocs: Grupo interno ao que podemos considerar como o ator manifestante. Seu posicionamento é destacado em meio aos demais manifestantes ao ocuparem a linha de frente das passeatas e em certa medida protegerem os outros manifestantes do confronto direto com a polícia.

 

Aparelhos de registro de imagem: Acionados pelos manifestantes durante as manifestações como forma de documentar e narrar ações e ocupações, tanto de outros manifestantes quanto da polícia. Realizam a partir daí a tomada de imagens e vídeos do confronto e permitem visualizar posteriormente a ordem cronológica das ações realizadas no entorno do prédio da ALERJ. 

 

Coquetel molotov: Acionado pelos manifestantes durante os embates com a força policial como forma de resistência à agressão realizada pela policia com bombas e cassetetes.

 

Bombas de gás: Acionadas pela polícia para a dispersão e contenção a partir dos movimentos dos manifestantes nas ruas. Age sufocando e provocando ardência nos olhos e dispersão nos espaços onde o efeito do gás se concentra.

 

Cartazes: Produzidos e portados pelos manifestantes, transmitem e muitas vezes sintetizam reinvindicações e causas das manifestações nas ruas e prédios, como a ALERJ.  Reúnem gritos das ruas, símbolos, imagens e mensagens que podem conter desde questionamentos, palavras de indignação, exigências frente ao poder público, denúncias, se valendo também de narrativas irônicas, trechos de música, trocadilhos, etc.

 

Máscaras: Acionadas pelos manifestantes como instrumento ora de produção de uma identidade nas manifestações ora como proteção contra identificação. São também produzidas pelos próprios manifestantes na intenção de proteger-se da inalação de gás ou de estilhaços durante o conflito.

 

Sérgio Cabral: Na posição de governador do estado, é acionado a partir da ação dos manifestantes no conflito com os policiais, no dia 17 de junho na ALERJ, respondendo pelas ações da polícia militar sob responsabilidade da secretaria de segurança pública e respondendo, via imprensa, às reinvindicações dos manifestantes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MANIFESTANTES

Diagrama

MANIFESTANTES
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